domingo, 8 de novembro de 2009

Brasil não vai impor suas condições em Copenhague, diz Lula

O Brasil chegará à reunião das Nações Unidas para a discussão do combate às mudanças climáticas, no mês que vem em Copenhague, com uma proposta única do governo para ações, mas "sem querer impor condições" aos outros países, segundo afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, durante visita a Londres.

"O Brasil não vai a Copenhague para impor suas condições. O Brasil vai apresentar suas metas com a disposição de construir um consenso com os outros países", afirmou Lula.

Segundo ele, o Brasil já apresentou propostas individuais de combate ao aquecimento, como a meta de reduzir o desmatamento em 80% até 2020, mas ainda deve estudar outras possíveis propostas.

O presidente afirmou que o governo brasileiro deve finalizar na semana que vem, entre os dias 13 e 14, uma posição única "para que não haja dois ministros falando coisas diferentes" durante a reunião.

Presença Lula se disse disposto a comparecer à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), na capital dinamarquesa, desde que outros líderes das grandes nações do mundo também se comprometam a participar da reunião para fechar um acordo de combate ao aquecimento global.

Após um encontro com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, no qual a questão das mudanças climáticas foi discutida, Lula disse ter recebido a garantia de que o premiê estará em Copenhague.

Ele disse esperar que outros líderes mundiais importantes, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ou o presidente da China, Hu Jintao, também estejam presentes na Dinamarca para o fechamento de um acordo internacional.

"Precisamos sobretudo convencer os Estados Unidos, que tentam convencer a China", disse Lula.

Para o presidente, "o pior que poderia acontecer é que a sociedade tivesse a impressão de que os seus líderes não estão assumindo o compromisso com o clima".

Investimentos Lula está em Londres para uma visita de dois dias com o principal objetivo de atrair mais investimentos estrangeiros ao Brasil.

Na manhã desta quinta-feira, o presidente participa do seminário "Investindo no Brasil", organizado pelos jornais Financial Times, da Grã-Bretanha, e Valor Econômico, do Brasil.

Ao lado do presidente estarão também os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, além dos presidentes do Banco Central e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Nesta quarta-feira à tarde, a comitiva do governo brasileiro em Londres participou da inauguração de um escritório do BNDES na capital britânica.

O objetivo do escritório é ajudar a financiar a expansão no exterior de empresas brasileiras e também investimentos no Brasil por empresas estrangeiras.

Para o presidente, a abertura do primeiro escritório do BNDES no exterior é "a primeira demonstração de que queremos cuidar de nossas empresas no exterior, mas também de que queremos convencer as empresas do exterior a investir no Brasil, ajudando a captar os recursos necessários para os investimentos".

Durante discurso na inauguração, Lula afirmou que "o Brasil cansou de ser pequeno e de pensar pequeno".

"Não tem jeito de o Brasil se tornar uma grande nação se o governo, as empresas e o povo pensarem pequeno", afirmou o presidente.

Para Lula, a candidatura bem sucedida do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada de 2016 é um exemplo de como o país deve pensar grande em seus projetos.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Poluição acelera morte de 20 pessoas por dia em São Paulo

Folha de S. Paulo

Emissões tóxicas de veículos quadruplicam risco de morte, diz estudo

A poluição gerada pelos veículos agrava doenças que matam 20 pessoas por dia na Grande São Paulo, informa Ricardo Sangiovanni. Os números são de estudo da Faculdade de Medicina da USP. Há cinco anos, a média era de 12 mortes. Segundo o trabalho, baseado em parâmetros da Organização Mundial da Saúde, a chance de morte por doença cardiorrespiratória nos 39 municípios da região metropolitana é hoje de 10,9%. Sem as emissões veiculares, seria de 2,4%.

A piora ocorre sobretudo em casos de infarto, pneumonia, asma, acidente vascular cerebral e câncer de pulmão. Além das mortes, o estudo estima que a poluição gere um gasto anual de R$ 334 milhões com internações – 25% saem do Sistema Único de Saúde. O ar da Grande São Paulo, que tem 19,6 milhões de habitantes, é quase três vezes mais tóxico que o limite estabelecido pela OMS. A região tem 9 milhões de veículos, um terço a mais que a cinco anos. (págs. 1, C1 e C3)